O amor é trabalho

O amor é um trabalho que aceitamos conscientemente, mas, muitas vezes, não conscientes do trabalho que leva. Todos os dias, se assim é o desejo dos que amam, o amor exige atenção e ação para não desvanecer nas turbulências.

Quando passa a novidade dos cheiros, das texturas, do corpo do outro, quando o olhar não enxerga mais tudo o que via antes, é tempo de mudança de fase. Como tudo na vida, o amor depende dos valores, dos objetivos que nos levam a nos doarmos a ele.

Se o amor busca o estranhamento, a surpresa, ele morre e renasce em outro lugar a todo momento. Se o amor busca conexão profunda com o outro, ele ressurge das cinzas e se reconstrói como Fênix, porque esse é o desejo daqueles que amam. Se o desejo muda, aquele momento da existência se esvai mais rapidamente do que poderia e finda-se o amor.

O amor precisa de tempo, daquele tempo que sempre buscávamos quando estávamos começando a amar, o tempo para apenas amar;

O amor precisa do compromisso, da certeza de que será cuidado mesmo diante de tempestades sombrias;

O amor precisa de afeto, de reconhecer o outro em si mesmo e cuidar com cuidados para si de si.

O amor precisa de verdade, só assim é livre e sereno;

O amor precisa de respeito, antes de qualquer coisa.

Amor é trabalho, um trabalho que pode produzir bons frutos, ou alienar o sujeito de si mesmo, como diria nosso camarada.