A revolução começa em casa


A revolução começa quando todo o mundo de uma família, pais e filhos, tiverem a certeza de que são responsáveis por suas próprias vidas, e assumirem os benefícios e as merdas; isso que dizer:

Os pais não existem para servir aos filhos, satisfazer-lhes suas necessidades e vontades, nem tampouco evitar de mostrar-lhes as verdades da vida. Lavar banheiro não é "nojento", arrumar a própria bagunça não é sacrifício, lavar o que suja não é trabalho escravo, é o mínimo que um ser humano perfeito e com coordenação motora normal deve fazer;

Cada um que lave sua cueca e sua calcinha, mesmo existindo máquina de lavar, ninguém é obrigado a ficar lidando com secreções de outras pessoas;

Derramou-pegou, sujou-limpou, abriu-fechou, se alguém dorme é porque precisa, espaços comunitários devem ser respeitados e necessidades individuais também;

Ninguém precisa de nada que não tenha se lembrado ou utilizado por mais de um ano, as coisas existem para um determinado fim, não para se ostentar e jogar fora no fim do ano;

As tarefas não são responsabilidades de um ou outro, mas de todos que desfrutam da casa e do que ela oferece, desde a organização até a comida;

Não é empregada quem tem que resolver as coisas chatas e cuidar de nossos filhos, nossos filhos é que devem aprender a fazer o mínimo, e nós que temos que exigir do governo que tenhamos escolas e creches quando não pudermos cuidar deles para irmos trabalhar, nós e as que seriam empregadas, cuidando dos nossos filhos e deixando os delas sozinhos;

Sim, tarefas são chatas e cansam, por isso mesmo não é justo que uns se responsabilizem por tudo enquanto os outros descansem em paz;

Compartilhar, os momentos de trabalho e os momentos bons, compartilhar! De vez em quando, gastar com o que dá prazer, porque a revolução não pode ser só trabalho.

Resumindo, não adianta ficarmos discutindo teorias sobre a sociedade, capitalismo, socialismo, o diabo a quatro, se não praticamos os valores que idealizamos. De ideias o inferno está cheio.

Então é isso, se queremos uma verdadeira revolução, onde todos se respeitem, respeitem as necessidades individuais e coletivas, se responsabilizem por seus atos e deveres, não cultivem valores consumistas e saibam se divertir, é em casa que devemos começar. Não sejamos hipócritas e irresponsáveis quando o assunto é uma sociedade justa!

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