Quase cheia


Eu sou livre. Livremente complexa  em minha liberdade.

A minha mente está sempre cheia demais e atada a assuntos demais, futuros, presentes e passados, que não é possível que me ate a muitas coisas e pessoas que passaram. Não que elas não me sejam importantes, sei bem quem é cada um e de seus valores; mas é que infelizmente, ou felizmente,  não mais espero de ninguém (apenas espero que também não esperem de mim), que eu seja ponto fulcral de suas vidas e que por mim estejam sempre a espera, consternados, ansiosos e saudosos. Espero apenas que todos estejam muito bem, pacificamente, em bem aventurança, como disse Ieshua. Espero que TODOS vivam felizes. Se eu puder contribuir para a felicidade de alguns, bom também. 

Mas... sou cheia de minhas próprias desolações. Não é culpa minha. Sempre assim o fui. Mas nunca me consumi de mim mesma, nunca abandonei as causas que me pertencem. Jamais deixei aos outros os fardos que a meus ombros pertencem. Embora não seja simbiótica, não nego o apoio de quem me oferece, assim como apoio a quem me solicita. Mas eu sou quase inteira. Faltam pedacinhos de onde ficaram extremas emoções.Talvez esse seja o problema, todo o meu apego foi concentrado em alguns itens. Talvez essa seja a minha paixão, a religião que nunca tive, o futebol que nunca apreciei. 

Não temo mais, como outrora, ser quem sou. Ambígua, as vezes feia, maluca, libertária e ás vezes moralista, como quiserem. Mas não me nego e nunca farei tipo para agradar ao aceitável ou ao que fora imposto como belo. Não ligo aos rótulos. Só os temo pelos que me importam. Mas, nunca mais serei algo que não venha de dentro de minhas entranhas. Se me incomoda, incomoda, se gosto, gosto, se não, não. Não apoio ou exalto o que não quero para mim ou tenha medo de ensinar aos meus filhos. Isso não quer dizer que pense que todos os outros tenham que ser como eu. Que gostem e façam o que quiserem. Cada um em seu corpo, seu ser, sua existência.


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