Gostaria de me desapegar, ser livre e deixar livre, não pensar, não sofrer pela ausência, não necessitar da exclusividade; Gostaria de, simplesmente, viver os momentos, sem me preocupar se amanhã terei mais, ou se o que tenho será de outro. Gostaria de ficar relaxada e dar a todas as coisas o mesmo peso e valor, aceitar que os outros tem o direito de não estarem apegados a mim. Gostaria de me sentar e meditar, ver, ou não ver o tempo passar, transcender... Gostaria de dizer aos que amo, vá! Volte se quiser, e não precisa olhar para trás. Caso assim fosse, não haveria amargura em meu peito a cada ausência, não haveria rugas entre os olhos ou dores pelo que poderá ser; seria totalmente livre e sem sofrimento, bebendo da vida e de seus momentos transitórios. Mas não sou.
Eu sou esse fogo que arde de desejo e de falta, essa vontade do infinito, essa ânsia por exclusividade. Eu sou essa ordem que desenha o futuro, sou essa desordem que anseia o imprevisível. Eu sou aquela que se perde nos momentos e no tempo, aquela que se afunda em pensamentos e delírios, a que está doloridamente viva e que deseja vorazmente. Sou a que depende, a que sofre, a que rumina, a que entra em desespero e em nirvana. Eu sou essa não evoluída, que ama primitivamente e quer tudo.
Esse também é meu sonho de consumo e de vida....
ResponderExcluirMas será que isso seria bom para humanidade?...