Férias



Minhas energias estão apenas com um pauzinho
E provavelmente, este poema ficará mediocremente terrível,
Mas, ei me aqui, com olhos semicerrados e cabeça aerada
Sem rima nenhuma, porque estou sem saco.

Quatro dias de férias em clínicas e hospitais, 
Serviços encomendados, pagos e não realizados,
Telefonemas inconvenientes no natal e mensagens de chateações,
Madrugada em veterinário por alergias alimentares.

Doenças reais e fantasmagóricas, contas astronômicas de água
Dívidas de terceiros, burocracias e artimanhas capitalistas,
Correção de artigo, árvore caída no quintal, marido de aluguel,
Preços de obra cavalgantemente astronômicos.

Por que e para quê tanta chateação e trabalho?
A realidade afasta até a brisa tão desejada
e uma múmia aqui, escreve, sem noção e sem energia
Na esperança de que o tempo passe e algo melhore.

Pior é perceber que todo o seu trabalho passado foi invisível
E mesmo que não quisesse retorno, ao menos, reconhecimento,
Mas nada é reconhecido, nada tem valor, só crítica,
E subjugada sigo, sem rumo para lugar nenhum.

Se aquilo foram férias depois de tanto caos, que esperança ?
Só o cansaço e o desânimo são constantes, vida?
Felizmente há momentos de nada e tudo que seguram a criança
E permitem que as pernas caminhem, algures.
 


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