Medo


As pessoas querem tudo, querem demais, sonham, desejam ardentemente, mas existe algo entre o desejar e o realizar; é algo que paralisa, que ameaça, que destrói possibilidades ainda em desenvolvimento, e essa coisa se chama MEDO.

Todos querem os prazeres, a realização, a felicidade, mas não querem arcar com as consequências que o caminho escolhido para alcançar tais objetivos possa trazer. Não querem a dor, as responsabilidades que virão de suas escolhas e as inúmeras possibilidades de transformação que suas escolhas possam trazer. Muitas vezes é mais confortável permanecer no "quentinho" aconchegante da mesmície, se contentar com as nesgas de ilusão, com os prazeres dos delírios, do que se arriscar na realidade e sofrer as mudanças. Isso é ser COVARDE!

O pior da covardia é não se prender e nem se soltar. Arrastam as correntes de sua indecisão ao longo da vida, e neste arrastar, amarram diversas pessoas que ficam presas neste ser sem ser, nesta realidade ilusória, neste nada delirante.  Não escolhem, mas não deixam nenhum dos lados, ficam no meio, meio do muro, meio da vida. Vivem uma vida sem vivê-la, sempre no quase, no tomara, no talvez, contentam-se com essa "mumização zumbítica" e tornam-se mortos vivos, mas não sem antes contaminar com a sua indecisão.

Será que a dor de uma escolha mal feita é maior do que desperdiçar a vida com "quases" e ilusões? Será que a vida não nos permite várias escolhas, caso uma delas não dê certo? Será que é possível aprender e se desenvolver sem fazer escolhas? Sem ser livres?

Chega de ter medo.


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