Meu querido!


Aos 18 anos me vi grávida do meu primeiro filho, essa situação foi muito complicada para mim pois, definitivamente, eu não estava pronta! Eu ainda era uma menina tímida e inexperiente, pensava que sabia o que era o amor e o que seria a minha vida, não imaginava as dificuldades de se tentar criar um ser humano; sentia vergonha de pegar ônibus, comprar alguma coisa, conversar com as pessoas, era uma múmia ambulante! Nunca tinha sentido o tal instinto de maternidade, talvez ainda não estivesse preparada para assumir o maior trabalho de uma pessoa, o de criar um filho.

A gravidez foi tranquila, minha saúde estava boa e engordei apenas 10 kg, pouco, considerando que quando engravidei pesava apenas 45. Não foi como eu havia sonhado, com o apoio e os cuidados que desejei, vivi momentos muito tristes, mas, graças a Deus, ele nasceu saudável e fofo.

Eu era imatura, insegura e não tive o apoio que precisei. Não tinha um manual de "como criar um filho" e pensava que estava fazendo o melhor por ele, tirando-lhe as tolas ilusões da infância e tentando lhe mostrar as verdades da vida. Tarde descobri que o que mantem acesa a chama do entusiasmo são essas "ilusões", ou seja, tudo de lúdico que nos traz  esperanças, os rituais que nos remetem ao passado e nos trazem o sentimento de pertença. Muitas vezes fui dura e intolerante, querendo que ele assumisse uma postura além de sua capacidade e muitas vezes não lhe dei a atenção de que precisava.

Gostaria de voltar no tempo e abraçá-lo quando sentisse medo à noite, de tirá-lo daquela escola em que sofreu, de brincar, de ouvir... Gostaria de dizer-lhe de seus olhos expressivos, de sua inteligência e capacidades; ajudá-lo a acreditar em si mesmo e ver como é belo e especial! Gostaria de recomeçar e fazer tudo melhor, mas não dá, não tenho uma máquina do tempo. O que posso fazer é me esforçar em ser melhor agora e escrever esse post em homenagem a ele; dizer que ele é inteligente, tem dons artísticos, ótimo para lidar com tecnologias, dizer que ele é um "moreno de tirar o chapéu" e que tem muitas possibilidades na vida, apesar de precisar se esforçar e acreditar em si mesmo.

O meu maior desejo é que se torne um homem de bem, de caracter, que seja muito feliz na vida, e que o que lhe traga felicidade sejam as coisas mais simples, porém, mais belas.

Seja feliz, meu querido filho!




Comentários