Jogos do amor


Quando se fala em amor, paixão e sexo estamos falando em jogos. Sim! Incrível, mas dois competidores (no mínimo) entram em ação e começam a maquinar sobre suas táticas na arte da guerra, cujo prêmio final pode diferir muito na concepção de um e de outro.

O amor, para quem está enlaçado, soa como doce, suave, excitantes condimento e alimento, até que o tempo o descubra e deixe a mostra as suas agruras.

É algo terrível! Quando duas pessoas se apaixonam, começa alí em seus intelectos um jogo inconsciente visando enfraquecer e dominar o outro, domar e tomá-lo! O comportamento muda radicalmente! Se a pessoa era amiga anteriormente, não mais é vista ou tratada como tal, coisas não mais são ditas, Fatos são ocultados, jogos são tramados. Se não se conheciam, pior, campo aberto para maiores dissimulações!


Amar deveria siginficar companheirismo, amizade, respeito, carinho e bons momentos juntos, mas o que percebemos é o inverso. O parceiro, maléficamente procura as farpas mais ponteagudas e irregulares para enfiar nas feridas do amado, e gosta de sangue! Depois, como se nada tivesse feito para causar tal dilaceração, derrama o doce mel e, espantosamente, o ferido saboreia com a boca mais doce que nunca! Estranho sado-masoquismo!

A clareza não faz parte das conversações apaixonadas! São inúmeros paradoxos e ambiguidades, são palavras meio ditas, são sugestões, insinuações, por que lá estão o medo da perda e a vontade de que o outro consiga ler os pensamentos, ou a certeza de que isto seja possível, características que ajudam nessa enigmatização da comunicação.

Seria tão mais fácil se relacionar francamente! Os ciúmes seriam desnecessários, haveria maior conforto e confiança, mas para quê? A emoção se findaria! O que seria do amor sem as noites mal-dormidas, sem os infernos psicológicos, sem os dramalhões, sem as lágrimas? Sem a dor?

Dor! Dor! Algum ou muitos poetas rimaram essas palavras, elas são sinônimas! O amor estraçalha, arranha, dilacera, esmigalha o peito e a mente, o amor é dor! O amor é dor!

E por que a dor? Por que viver essa dor? Por que não deixar essa dor?Estranho sado-masoquismo...

Quem ganha, afinal? Quem sai perdedor? Ganha-se, afinal?

Ganha-se dor. Talvez, pra quem aprenda, um pouco de amor, no final.

Comentários

  1. Ganha-se dor, sem dúvida...ganham-se dores de cabeça e freimas...
    a questão indicada é: O que se perde? não se perde nada por ia-mos ter dor e freimas de qualquer modo....por isso mais vale a pena viver com elas, mas saber que alguém nos acha (ou ja achou) a melhor coisinha á face da terra....saber que conhecemos aquela pessoa melhor do que ninguém e pdoemos ajuda-la e fazer a diferença para ela...

    sabemos que fomos bons em alguma coisa...mesmo que a relação acabe mal, eu acho que fomos bons se tivermos tido a noção que fizemos tudo para que desse certo....
    porque acho que...nada supera a responsabilidade de assumir uma relação e fazer outra pessoa feliz...e por isso somos bons quando entramos nesse jogo enigmático e paradoxal como muito bem lhe chamaste...

    o terreno é incerto no mundo do amor, e ninguém nos dá indicações, ninguém nos diz as respostas....estamos por nossa conta...

    amor rima com dor, mas também rima com valor, calor, fervor....e quando sentimos que temos valor, sentimos uma chama dentro de nós, é sempre bom sinal =D

    mais um excelente post, como estou habituado a ler quando ca passo...continua Lu =D **

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  2. Já agora, já te mostrei o texto do Shakespear, agora vou citar "o" poeta Português...sim, na minha opinião não é "um" poeta, mas "o" poeta :D

    Luis Vaz de Camões...apesar de mulherengo, tinha uma capacidade de escrita e expressao sentimental que muito poucos conseguiram alcançar...um dos meus poemas preferidos intitula-se "Amor é fogo que arde sem se ver"...vou citar aqui:

    Amor é fogo que arde sem se ver;
    É ferida que dói e não se sente;
    É um contentamento descontente;
    É dor que desatina sem doer;

    É um não querer mais que bem querer;
    É solitário andar por entre a gente;
    É nunca contentar-se de contente;
    É cuidar que se ganha em se perder;

    É querer estar preso por vontade;
    É servir a quem vence, o vencedor;
    É ter com quem nos mata lealdade.

    Mas como causar pode seu favor
    Nos corações humanos amizade,
    Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

    Luís de Camões

    fonte: http://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=654

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  3. Esse já é meu velho conhecido!
    Boatos dizem que ele deixou a sua noiva chinesa se afogar a fim de salvar sua obra prima, Os Lusíadas, hehe.
    Tens razão,amor nos traz coisas boas também. se não, não nos atreveríamos a vive-lo sabendo também de todas as dores!
    Abraços!

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  4. Amor, amor, amor.
    Dificil diferenciar ele da paixão. Tbm concordo que amor rimaria com companheirismo, amizade, respeito... e acho que é assim mesmo. Isso é o amor. O resto, todo o resto seria paixão. Ou estou totalmente errado?

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  5. Concordo com você, também não acho que amor de verdade seja dor, pra mim, amor é admiração, respeito, carinho, isso sim é amor, e só assim vivemos o amor.
    Paixão, o que todos chamam de amor, pode trazer dor, muita dor! Mas pode també se transformar em amor.
    Abraços!

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  6. Existe tanta dor antes, durante o processo dessa alquimia, que realmente só quando a coisa é verdadeira que ela se transmuta. Pode reparar, que são poucos os que chegam a esse nivel. =S

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  7. Como é que uma coisa tão boa pode nos causar tanta dor?
    Talvez a gente corra atrás de um dia aprender de verdade o que é amar...

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